Tema de Outubro a Dezembro

Importância da Não-violência

A não-violência é entendida e encarada muitas vezes como uma utopia sem consistência, esvaziada de real pertinência histórica, quando não considerada como atitude perigosa porque anti-social. Todavia, estas reservas, no sentido mais comum, resultam de formas mentais (mentalidades) que, acompanhadas por determinadas representações da realidade, não só confundem agressividade com violência, como consideram ser esta inevitável e, em determinadas circunstâncias, uma necessidade dos indivíduos e das sociedades, nem que não seja pela necessidade de defesa e de preservação. Talvez perguntar se precisamos de violência? Trará alguma coisa de bom? Vale a pena?

Tuesday, March 01, 2005

Tempo para viver

No sábado escrevi no blog enchamostudodefuturos algo que ligo com o facto de muitas vezes nos envolvermos na nossa "vidinha", acomodando-nos e deixando de ser criativos e exigentes ao ponto de procurar pôr em práctica aqueles valores de solidariedade, não-violência, cidadania que tanto andámos a defender. Ficamos sem tempo, sem cabeça, com outras prioridades e vamos adiando, fazendo umas coisas poucas... concordo com o João neste ponto, acho que temos de ter mais força e vontade para procurar sempre disponibilidade para pensar o que está mal à nossa volta e dar-lhe a volta. Falo por mim, tenho andado com alguma dificuldade em sentir realizada com o tempo que passo a construir um mundo melhor.
Muitos exemplos tenho vivido em que não sou capaz de agir no momento certo. Por exemplo, nas filas de espera quando todos começam a discutir, muitas vezes sem razão, no trânsito quando insultam antes de teres feito alguma coisa... Muitas vezes deixo-me levar por esta violência quotidiana e chego a participar nela. Acho que são pequenas coisas que acabam por tornar o dia um pouco mais triste e com menos esperança. Vou tentar viver estas situações com seriedade e pensar como uma posição não-violenta pode também influenciar os outros a mudar.
Se alguém me puder ajudar?...
Acho que uma forma de perceber a violência é estar perto dela e encará-la de frente, confrontá-la com uma não-violência explícita e daí perceber as suas relações com a nossa vida.
Talvez podessemos começar por identificar as situações que presenciamos no nosso dia e partilhá-las aqui. Não as têm vivido? Então para quê falar de não-violência?