Tema de Outubro a Dezembro

Importância da Não-violência

A não-violência é entendida e encarada muitas vezes como uma utopia sem consistência, esvaziada de real pertinência histórica, quando não considerada como atitude perigosa porque anti-social. Todavia, estas reservas, no sentido mais comum, resultam de formas mentais (mentalidades) que, acompanhadas por determinadas representações da realidade, não só confundem agressividade com violência, como consideram ser esta inevitável e, em determinadas circunstâncias, uma necessidade dos indivíduos e das sociedades, nem que não seja pela necessidade de defesa e de preservação. Talvez perguntar se precisamos de violência? Trará alguma coisa de bom? Vale a pena?

Tuesday, January 04, 2005

Violência e Não-Violência no nosso quotidiano

Dia 17 de Outubro de 2004 realizou-se o 1º encontro da Fundação Padre Alberto Neto intitulado: “A violência e a não-violência no nosso quotidiano”.
Descobrimos que o nosso quotidiano está repleto de exemplos de violência: desde o trânsito aos meios de comunicação social, da política à religião, passando pela fome e pelas discussões. Mas também se conseguem distinguir exemplos de actos não-violentos, bem perto de nós: sorrisos, religião, luta por um mundo melhor, disponibilidade para ouvir, respeito pelas diferenças, etc.
A discussão centrou-se mais nos pontos seguintes.
A não-violência define-se pela recusa da violência?
Por um lado a não-violência não pode recusar a violência porque esta está em todo o lado, é preciso reconhecer que ela existe e o próprio movimento de luta da não-violência pode exercer algum tipo de violência a outros. Mas, a verdade é que tornarmo-nos não-violentos é ser radical ao ponto de declarar que a violência não é precisa para nada, na medida que tudo o que faz mal não pode trazer o bem.
Para nós a não-violência também é mais do que a simples recusa da violência por exigir um estilo de vida de constante desinstalação, de questionamento, de fazer frente aos males do mundo de forma não-violenta.
Perante pessoas sem algum grau de consciência moral não vale a pena uma aproximação não-violenta?
Não há ninguém que não tenha nenhum grau de consciência grau de consciência moral. A opção pela não-violência não é só pelos objectivos que se podem alcançar mas pelo ideal em sim, não podemos assumir-nos não-violentos senão aceitarmos que a não-violência é a única forma de resolver muitos problemas do Mundo.
Existem sempre exemplos e condições específicas que nos fazem ficar com um pé atrás nas nossas esperanças, mas sabemos que isto é também um processo de aprendizagem e de nos conhecermos a nós próprios e aos outros.
A filosofia da não-violência tem sempre uma fonte religiosa ?
Claro que não é necessário termos fé para nos tornarmos não-violentos, mas é óbvio que a religião, como base de modelo de vida e questionamento da nossa espiritualidade ajuda os crentes a envolverem-se nestas questões. Também é verdade que as grandes religiões do mundo defendem terminantemente a não-violência.
Até que ponto a necessidade de ser bem sucedido nos leva a atitudes violentas para com os outros?
A competição é algo muito inerente no nosso dia-a-dia. Para nos podermos integrar na sociedade temos que seguir certos padrões. Muitas vezes essa necessidade leva-nos à violência, mesmo sem termos consciência. Podemos estar atentos e transformar esta competição em algo saudável que não magoe ninguém.

Como desafios no início desta descoberta salientamos a necessidade de procurar saber mais sobre a não-violência e mantermo-nos informados, questionarmo-nos no dia-a-dia sobre o que nos rodeia e sobre aquilo que fazemos, estudar melhor as causas da violência que encontramos para a poder compreender e saber combater.

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